sábado, outubro 25, 2008

Para onde zarparam os votos do PS?

Permitam-me esta fatiota de ilusionista/detective à procura dos 383 votos perdidos pelo Partido Socialista nas eleições açorianas de domingo, em Santa Maria.
Olhem só este jogo de números:
Perdoem-me a brincadeira. Não resisti a coincidência dos 383.

Contas não se fazem assim: somar votantes com abstenção e, acima de tudo, pensar que a subida do PSD será consequência da descida do PS. Aquele partido estará apenas a recuperar o seu próprio eleitorado (802 votos em 1996).

terça-feira, outubro 21, 2008

32 anos! ...?

Carlos César, no seu discurso de vitória, que chamou de histórica, regozijou-se pelo facto que ter ganho em todas as ilhas. Disse:
"pela primeira vez , desde há 32 anos, nenhum partido político ganhava estas eleições em todas as ilhas dos Açores e isso acontece agora com o Partido Socialista" (...) "houve desta vez uma alegria muito grande, algo que nós ultrapassámos com muita alegria, que foi a grande vitória do Partido Socialista, pela primeira vez, na ilha de São Jorge. Uma grande homenagem e um agradecimento aos jorgenses!"
Quero lembrar que o facto de há 32 anos nenhum partido político ganhar estas eleições em todas as ilhas deve-se, em primeiro lugar, aos marienses que, em 1980, inverteram a esmagadora votação que havia ocorrido no Partido Social Democrata (60,67%), em Junho de 1976.
Açores em 1976

Açores em 1980

Açores em 2008

Links:
CNE - Dados Eleitorais
Eleições 2008
Video Discurso de Vitória
Entrevista à saída do Teatro Micaelense

quinta-feira, outubro 16, 2008

A Caça ao voto II

No post anterior referi-me às menos correctas técnicas de caça de um partido de pequena expressão eleitoral - o PPM. No entanto, e infelizmente, não é o único...


Outro que tal é o Bloco de Esquerda: Concorre pela primeira vez por todos os círculos a ver se elege a sua cabeça de lista pelo cículo de compensação. Até aqui tudo bem. Agora, fazer avançar candidatos que nada sabem e nada dizem aos círculos pelos quais concorrem é que denota uma grave falta de sensibilidade e pouco respeito pela nobreza da lei eleitoral e pela natureza do ser-se açoriano. Com esta atitude, o BE está a concordar com alguns laranjinhas que, na revisão da Lei Eleitoral dos Açores, defendiam que se resolvesse o problema da porporcionalidade extinguindo os círculos eleitorais de ilha. Com esta atitude do BE, podemos adivinhar que o processo de escolha de cabeças de lista pelos vários circulos eleitorais/ilhas será o seguinte: o micaelense que passa férias em Santa Maria; o terceirense que nasceu na Graciosa ou em São Jorge; o Faialense que até tem uns conhecimentos no grupo ocidental....


Por outro lado há que reconhecer o trabalho e a postura de outros que sempre nos habituaram a estar na política de outra forma. Ana Loura e Marco Coelho (candidatos CDU por Santa Maria)têm nos habituado a uma presença activa na discussão das questões da nossa comunidade e a olhar os problemas locais de Santa Maria num contexto regional. Fazem-no como forma de estar na vida, mais do que outra qualquer coisa. Por vezes demasiado apaixonadamente, é certo, mas não o fazem por recreação própria. Partilham-no com a sua comunidade num trabaho contínuo.
Decq Mota mereceria-o. Será que Aníbal Pires o merecerá?

A Caça ao voto

Existem várias técnicas de caça. Umas mais nobres e leais que outras.
A este título, a atitude de alguns partidos de pequena expressão nestas eleições legislativas regionais tem sido lamentável.
O PPM, por exemplo, até dá vómitos pela estratégia apresentada: um corpinho de frade medieval, praticante do pecado de gula, tenta, gulosamente de olhos fixos na câmara, ser eleito por cerca de uma centena de corvinos (em 2004 conseguiu 30 votos). Para o caso de esta armadinha não funcionar, colocou um "TVI-man em pose de toureiro" nas artérias de São Miguel a ver se consegue pescar três mil votos, possivelmente suficientes para a eleição de Paulo Estêvão no círculo de compensação.
É um partido surreal sem qualquer expressão a nível nacional e regional que tenta, através de um bem falante numa comunidade de 300 votantes, aproveitar-se da bondade da nova Lei Eleitoral dos Açores.

Que Projectos Para Transporte Aéreo E Aeroportos?

Chegou à minha caixa de correio o link para este título.
Que Projectos Para Transporte Aéreo E Aeroportos?
Não sei se este texto é do SITAVA, se é dos trabalhadores da SATA ou mesmo se será da campanha do PS, do CDS-PP ou do BE... ou se terá origem nos lobbies aeronáuticos terceirences. Não faço ideia. Poderá ser de qualquer um deles.... ou de todos.
Tal confusão!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Dependências-Sustentos

Esta manhã escutei na antena 1 uma reportagem sobre a campanha eleitoral em Santa Maria onde o repórter, num breve enquadramento, referiu a ideia batida: que a economia da ilha era demasiado dependente do aeroporto e centro de controlo. "Bruxo!"
Espero ouvir nas próximas reportagens "retratos de ilha" que a Terceira é muito dependente da base das Lajes e que há que reorientar as forças da ilha para outras actividades; e que os trabalhadores das Lajes têm de compreender que aquela base com dois mil e tal funcionários é coisa do passado; que temos de olhar para o futuro.
Não é o aeroporto e centro de controlo que estão a mais. São os outros sectores que, tendo condições para avançar, nunca foram estimulados: Na agricultura, por exemplo, enquanto nos últimos 30 anos se financiaram fábricas de laticíneos, de São Miguel ao Corvo, em Santa Maria não se investiu nada nessa área. Íamos nos entretendo a criar umas cabeças de gado de carne para exportação enquanto nos olhavam de soslaio para uma actividade menor. Agora já temos matadouro. Já temos água. Já podemos valorizar aquilo em que nos especializámos. Nas fruticulturas, como noutras áreas da sociedade, encontrámos um rumo e sabemos que podemos florescer. Sabemos para onde queremos ir. Sabemos o que é preciso.
Ora, isso não quer dizer que queiramos ou mesmo que possamos pôr de parte essa alavanca que é o "Cluster Aeronáutico", quando o que precisamos é de impulsos!
Como pude escrever no post "aviação - sector tradicional":
Links:
- reportagem antena 1 completa: Santa Maria - Regionais 2008 - Retratos de Ilha

sexta-feira, outubro 03, 2008

Aeroportos na campanha eleitoral

Alguém fala de aeroportos?
Olha o Bloco de Esquerda. Olha. Vê:
Comunicado BE: "César assumiu compromissos de privatização do aeroporto de Ponta Delgada com Belmiro de Azevedo?"
... Seria interessantíssimo!!
O CDS-PP:
"Artur Lima, anunciou que do manifesto eleitoral para a ilha Terceira às Regionais de 19 de Outubro constam um novo Terminal de Carga para a Aerogare Civil das Lajes e um aumento da placa de estacionamento de aeronaves civis do aeroporto terceirense."
O PS propõe o aumento da pista da Horta, na sequência da sementeira feita pelos socialista do Faial.
No programa de governo do Partido Socialista, página 171:

quarta-feira, outubro 01, 2008

Inchazita

Fui ver de que constava este blogue para nele recomeçar depois de quatro meses de estio. Cheguei ao primeiro post:
Mérito, apesar de tudo, a Carlos César por se esforçar em vir a Santa Maria apresentar o programa de governo a sufrágio nas próximas eleições, como que tentando sugerir uma visão periferia-a-periferia, passando pelo centro, ou, talvez, uma visão do centro a partir da periferia.
"Apesar de tudo", por exemplo, porque apenas a LUSA acompanhou este momento da campanha do partido de governo às regionais. Até o Açoriano Oriental, cujo nome poderia levar a uma atenção especial à ilha mais oriental, apenas apresentou um copy/paste da LUSA na edição de 3ª-feira (o evento foi no domingo). Vamos ser tolerantes. Talvez tenham interpretado de outra forma: Apenas um ponto de partida, ao qual, literalmente, se vira as costas; que, por definição, não é meta.
Seja como for, esta comunicação social é actor/instrumento de um quadro em que vemos os açorianos de São Miguel (metade) a pensarem Açores virados para Oeste, portanto, de costas para Santa Maria; a outra metade do "Povo Açoriano", quando consegue ir para além da Terceira, esbarra na imponência de São Miguel.
Só o Mar da Formiga, caprichosamente, contorna São Miguel e chega aqui. Ora tímido, ora tempestuoso. Nunca constante.