quarta-feira, abril 27, 2011

Os Jovens, o FMI e o "Deus" Banqueiro


“Os jovens deparam-se com problemas tão graves ou talvez mais graves do que aqueles que nós tivemos que enfrentar – o desemprego por exemplo. Por vezes não têm recursos… o sistema ultrapassa-os, o sistema oprime-os, criando-lhes uma aparência de liberdade. (...) Eu creio que a única atitude foi aquela que nós tivemos. “Nós”, eu refiro-me à minha geração. De recusa frontal; de recusa inteligente; se possível até pela insubordinação; se possível até pela subversão do modelo de sociedade que lhes está a ser oferecido. Com belos discursos; com o fundamento da legalidade democrática; com o fundamento do respeito pelos direitos dos cidadãos… é de facto uma sociedade teleguiada de longe por qualquer FMI; por qualquer “Deus” banqueiro… que é imposta aos jovens de hoje. Tal como nós, eles têm que a combater; tem que a destruir; tem que a enfrentar com todas as suas forças... organizando-se para criarem a sociedade que têm em mente que não é – estou convencido – a sociedade de hoje.”

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sexta-feira, fevereiro 04, 2011

A música portuguesa está em revolução.

No périplo que os Deolinda acabam de fazer pelas principais casas de espectáculo do país, apresentaram o seu tema inédito por título "Parva que Sou". Teve sucesso imediato (espontâneo!) com o público a reagir a cada verso da canção. Difundiu-se rapidamente pelas redes sociais de tal forma que o grupo anunciou que não irá incluir este tema no seu próximo álbum, mas sim, masterizar e disponibilizá-lo à comunidade através da internet.
Esta nova geração de sons da música portuguesa já ganha sustentação e prova que a música de intervenção em Portugal não se resume aos fósseis de há 35 anos. É pedra fundamental na salubridade de todas as comunidades.





DEOLINDA - PARVA QUE SOU


SOU DA GERAÇÃO SEM REMUNERAÇÃO
E NÃO ME INCOMODA ESTA CONDIÇÃO.
QUE PARVA QUE EU SOU!
PORQUE ISTO ESTÁ MAL E VAI CONTINUAR,
JÁ É UMA SORTE EU PODER ESTAGIAR.
QUE PARVA QUE EU SOU!
E FICO A PENSAR,
QUE MUNDO TÃO PARVO
ONDE PARA SER ESCRAVO É PRECISO ESTUDAR.

SOU DA GERAÇÃO ‘CASINHA DOS PAIS’,
SE JÁ TENHO TUDO, PRA QUÊ QUERER MAIS?
QUE PARVA QUE EU SOU
FILHOS, MARIDOS, ESTOU SEMPRE A ADIAR
E AINDA ME FALTA O CARRO PAGAR
QUE PARVA QUE EU SOU!
E FICO A PENSAR,
QUE MUNDO TÃO PARVO
ONDE PARA SER ESCRAVO É PRECISO ESTUDAR.

SOU DA GERAÇÃO ‘VOU QUEIXAR-ME PRA QUÊ?’
HÁ ALGUÉM BEM PIOR DO QUE EU NA TV.
QUE PARVA QUE EU SOU!
SOU DA GERAÇÃO ‘EU JÁ NÃO POSSO MAIS!’
QUE ESTA SITUAÇÃO DURA HÁ TEMPO DEMAIS
E PARVA NÃO SOU!
E FICO A PENSAR,
QUE MUNDO TÃO PARVO
ONDE PARA SER ESCRAVO É PRECISO ESTUDAR.

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quarta-feira, dezembro 22, 2010

República deixa de pagar IRS que estava no Orçamento do Estado

"O Governo da República, através do Ministério das Finanças, não transferiu para as autarquias açorianas os 5 por cento do IRS do mês de Dezembro a que têm direito, desrespeitando assim uma norma que está no Orçamento do Estado deste ano e que vinha sendo cumprida desde Janeiro. Ao Açoriano Oriental, o gabinete de imprensa do Ministério das Finanças explicou as razões desta suspensão: “todo o IRS cobrado nas Regiões é entregue às Regiões. Compete às Assembleias Regionais determinar se 5 por cento desse IRS é ou não entregue às autarquias das Regiões. O Governo da República não pode nem deve entregar a totalidade do IRS cobrado nas Regiões acrescido de 5%, pois isso implicaria afectar às Regiões mais receita do que aquela que efectivamente cobraram”. Embora o Ministério das Finanças não tenha respondido taxativamente à questão de vir ou não a transferir ainda a verba de Dezembro, cumprindo com o que está no Orçamento do Estado - apesar da insistência do Açoriano Oriental - a resposta é, no entanto, clara quanto à posição do Ministério sobre esta matéria e que é a de não transferir os 5 por cento do IRS, alegando que deve ser das receitas regionais que ele deve sair e não do todo nacional, no que seria uma ‘dupla’ receita dos Açores. Esta é, aliás, a interpretação do Ministério das Finanças que fez com que essa verba não fosse transferida em 2009 e tal só aconteceu este ano porque foi possível chegar a um acordo político que já não vai, tudo indica, ser possível retomar no Orçamento do Estado para 2011. Fica assim cada vez mais claro que serão os tribunais, aos quais já recorreram algumas câmaras açorianas, a decidir sobre este conflito, que resulta da ‘colisão’ entre as leis de Finanças Locais e Regionais, sendo que nenhuma tem valor reforçado para se sobrepor à outra. Por um lado, a Lei de Finanças Locais prevê que as Câmaras possam receber 5 por cento do IRS que é cobrado nos seus concelhos. Por outro lado, a Lei de Finanças Regionais destina exclusivamente aos Governo Regionais a receita do IRS cobrado nos Açores e na Madeira. O Governo da República entende que devem ser as Regiões a ceder os 5 por cento do IRS às autarquias e o Governo Regional entende que não pode a Lei de Finanças Regionais ser desvirtuada por contradições legislativas criadas pela própria República. E ninguém cede neste processo. O não pagamento da última transferência mensal do IRS de 2010 gerou, entretanto, reacções dos dois principais partidos nos Açores, com o PS a condenar pela primeira vez a intransigência do Governo da República (da mesma cor partidária) nesta matéria e a colocar-se também ao lado da Associação de Municípios dos Açores na sua vontade de resolver o assunto em tribunal. Já para o PSD, o não pagamento pelo Ministério das Finanças dos 5 por cento do IRS de Dezembro configura uma vingança sobre os Açores, após a polémica da remuneração compensatória."

in Açoriano Oriental de 22/12/2010

sexta-feira, novembro 19, 2010

Ao primeiro dia da Cimeira NATO


Ao primeiro dia da Cimeira NATO, enquanto o Airforce One de Barack Obama faz a aproximação a Lisboa, Santa Maria é de novo chamada às suas naturais funções.
Aquela a que chamam Base Militar portuguesa, que na prática é americana e que os EUA querem agora que seja NATO, está impedida devido a condições meteorológicas. Eis uma das razões porque alguns portugueses chamam ao acordo entre estes dois Estados o "Acordo das Lajes" e os americanos lhe chamam "Acordo dos Açores".
Na foto abaixo, ao fundo, vemos um C130 militrar americano. Os restantes são civis que esperavam escalar outra "base" que existe nas Lajes: a Aerogare Civil das Lajes, gerida directamente pela Direcção Regional dos Transportes Aéreos e Marítimos da Secretaria Regional da Economia do Governo Regional dos Açores. Esta infraestrutura aeroportuária, acopolada à base militar, é obrigada a cobrar as mesmas taxas que os restantes aeroportos em seu redor. No entanto, está longe de ter os mesmos custos operacionais (não tem serviço de socorros, manutenção de pista etc) e tira, imoralmente, partido da capacidade de fornecimento de combustíveis lá sediada, por via dos serviços instalados para as forças militares americanas.
Desta forma, a Aerogare Civil das Lajes está a competir deslealmente com Santa Maria que se esforça por ser elemento de coesão e desenvolvimento harmónico dos Açores, tirando partido das suas naturais capacidades.
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domingo, setembro 05, 2010

Setembro

"(...)Basta desse derrotismo que sempre nos corroeu. Temos tanto de invejável em Portugal – e particularmente nos Açores – que muitas vezes nem disso tomamos consciência. Há que nos capacitarmos disto. Mas cabe-nos igualmente tomar consciência da dimensão imensa das realidades que nos rodeiam e do mundo em que estamos inseridos e deixar de acreditar que os governos é que têm, exclusivamente, as soluções dos nossos problemass em suas mãos. É verdade que as pessoas acabam por crer no que lhes é dito nas campanhas eleitorais. Mas deveriam ser mais capazes de discernir por si que o seu voto não é uma entrega cega nas mãos dos líderes, nem estes são os responsáveis por nós e pelos nossos destinos. Não estou aqui a desculpabilizar os governantes, mas numa democracia activa os cidadãos não alienam nos governos as suas próprias obrigações, antes estão vigilantes e são intervenientes, porque a sua acção continua necessária no dia a dia até mesmo nas pequenas coisas, pois são elas que constroem ou permitem as grandes. Quer dizer, o nosso voto não implica um desfazermo-nos da nossa responsabilidade individual em todo o processo cívico. Em relação ao nosso pessimimo atávico, só sairemos dele se nos empenharmos verdadeiramente nesse esforço individual.(...)"

Excerto de texto "Açores, Portugal e a modernidade fugidia - ou a Europa como âncora", da autoria de Onésimo Teotónio Almeida, lido na sessão comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e da Comunidades Portuguesas, promovida pelo Gabinete do Representante da República, Angra do Heroísmo, 10 de junho de 2010. Publicado aqui.

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