terça-feira, setembro 15, 2009

Campo Golfe com dessalinização

Das entrelinhas nas declarações do responsável máximo pelo ambiente nos Açores, o Secretário Álamo Meneses, chegamos à conclusão de que o abastecimento de água ao Campo de Golfe de Santa Maria (se algum dia for construído) só poderá ser feito recorrendo à dessalinização da água do mar.

Na notícia Lusa cujo texto completo colocamos abaixo, Álamo Meneses afirma que [“as rupturas acontecem em zonas específicas e em anos em que a precipitação é menor”, afectando especialmente “as ilhas mais pequenas e mais baixas”] sendo que [as maiores dificuldades estão nas ilhas Graciosa e Santa Maria.]

[Álamo Meneses recusa-se a admitir que a “curto ou médio prazo” seja necessário pensar na dessalinização, mas admitiu que esta hipótese não pode ser afastada “como solução de futuro”.]

[Nesse sentido, defendeu que “só depois de esgotadas todas as restantes opções é que avançaremos para a dessalinização”, uma solução que “tem custos energéticos”.]


Notícia LUSA:

Açores/Água: Arquipélago tem recursos suficientes, mas é preciso optimizar utilização - secretário regional Ambiente

Angra do Heroísmo, 14 Set (Lusa) - Os Açores possuem água suficiente para responder às necessidades actuais, assegurou à Lusa o secretário regional do Ambiente, Álamo Menezes, alertando, no entanto, para a necessidade de racionalizar e optimizar os recursos existentes.

“A situação é na generalidade boa, pois a natureza concede água em quantidade suficiente”, afirmou, acrescentando que “as rupturas acontecem em zonas específicas e em anos em que a precipitação é menor”, afectando especialmente “as ilhas mais pequenas e mais baixas”.

Álamo Meneses escusou-se a hierarquizar as ilhas em função dos problemas de água que cada uma tem, mas admitiu que, ainda que sem rupturas muito problemáticas, as maiores dificuldades estão nas ilhas Graciosa e Santa Maria.

Para o secretário regional do Ambiente, mais problemática do que a quantidade é a qualidade da água, alegando que os aquíferos, pequenos e com trânsito de água rápido, “são vulneráveis a metais pesados e hidrocarbonetos”.

Para ajudar a resolver este problema, o parlamento açoriano aprovou terça-feira novas regras para a recolha, tratamento e descarga de águas residuais urbanas, aplicáveis em todas as redes e sistemas, independentemente da sua propriedade ou regime de exploração.

Álamo Meneses revelou ainda que vai ser criada uma “entidade reguladora para as águas e resíduos, destinada a acompanhar a realização das análises nos municípios que não estão a cumprir” as regras impostas pelas autoridades comunitárias nesta matéria.

O secretário regional do Ambiente defendeu ainda a necessidade de melhorar as redes de abastecimento para combater as perdas, que actualmente se estima representarem 25 a 30 por cento.

Por outro lado, tendo em vista proteger as nascentes, Álamo Meneses revelou que já existe um projecto para a “mudança dos terrenos de pastagem actualmente existentes juntos às zonas de nascente”.

Álamo Meneses recusa-se a admitir que a “curto ou médio prazo” seja necessário pensar na dessalinização, mas admitiu que esta hipótese não pode ser afastada “como solução de futuro”.

“Estamos longe de esgotar a água que as ilhas possuem e também não esgotamos todas as opções de captação, seja melhorando as zonas de nascente ou através de furos”, afirmou.

Nesse sentido, defendeu que “só depois de esgotadas todas as restantes opções é que avançaremos para a dessalinização”, uma solução que “tem custos energéticos”.

JAS.

Lusa/fim

2 comentários:

daniel gonçalves disse...

Duvido que o Campo de Golfe resulte em outra coisa que um tremendo erro... Custa muito admitir que é inviável? Tanta coisa boa que se podia fazer com 50 milhões de euros!

Imagina isto: o custo do Campo de Golfe equivale mais ou menos a 500.000 passagens aéreas SMA PDL... Se a coisa fosse posta nestes termos as pessoas iam entender melhor a amplitude da coisa...

Dava, também, para ampliar 7 vezes o parque eólico da ilha e passar de 11 por cento para cerca de 60%... Sei lá...

Mas que venha o investimento, não é? Como se não fossemos nós a pagá-lo...


Um abraço, cara formiga!

Anónimo disse...

NO ARQUIPÉLAGO Consumo diário de água nos 40 milhões de litros
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=17415